Desiludida  

Publicada por giga


Estou ausente … ausente de mim, a mente está parada … nada é suficiente, estou insatisfeita!
Há medida que os ponteiros vão andando, sinto-me ainda mais só neste fim de dia…
Como me sinto?! Nem eu sei, ou melhor, sei … sinto-me invariavelmente sufocada, desencantada, cansada, desiludida … mas hoje tento esquecer o que me procuraram “vender” um dia e hoje volto a escrever, assim desta maneira …
As palavras, as minhas palavras hoje são de facto tristes, no entanto não suplantam o meu pranto, hoje são sem nexo… sem noção e sem perdão…
Que importa os meus gritos? Que importa os meus lamentos? Não são ouvidos entre tantos outros lamentos … Que importa?! Que importa EU?!
E neste meu suplicar, quero acabar com a minha intolerância, indagações, alucinações … Mas não me contento e com isso continuo a gritar …
A janela está fechada … Encosto os meus dedos à janela, para do outro lado apenas poder tocar, ou simplesmente imaginar que ali entre os meus dedos posso desfrutar dos meus segredos…
Encosto os olhos à janela … para desejar, sonhar que posso tocar, ver, … e... encosto as lágrimas à janela, para poder sentir, para poder lembrar que hoje estou triste… Desta janela vejo outras janelas … outras casas, outras gentes, que tal como eu vão à janela antes que a noite caia; vejo carros estacionados, alguém que me diz Adeus e longe, bem longe … vejo um reflexo, o meu reflexo debruçado na janela à espera que a noite caia… Nem eu sei porque me sinto assim em direcção a um sentido sem rumo escolhido, em direcção a um sistema “Perfeito” Causa /Efeito... Mas que Importa? Que importa EU?!
Hoje estou ausente de mim…a mente está parada … nada é suficiente…

Não...  

Publicada por giga


Não quero contentar-me com pouco, não posso contentar-me com o que tu me ofereces. Entenderia se fosse apenas medo, mas não é, o teu prazer não sacia o meu, porque eu preciso de muito mais do que encontros, preciso de muito mais que momentos curtos.
Preciso de olhares demorados, de surpresas no fim do dia, eu preciso de um telefone no meio da noite, seguido de uma voz cheia de saudade e insônia por eu não estar por perto. Eu preciso abraçar-te em público, eu preciso amar por inteira, eu preciso derreter-me num beijo quente e num abraço demorado.
Sentir os meus pés flutuando, o vento no meu rosto, estar envolta a fragrância da manhã e se for uma manhã de outono será melhor. Ver folhas caindo, trazendo renovação. Necessito disso, necessito que me renoves. Mas o teu desejo é pouco, perto do meu, tu queres a carne enquanto eu te ofereço a alma, tu queres o mínimo enquanto eu te ofereço o infinito.
Desejo amar uma única vez, ser toda eternamente, mesmo quando o tempo não permitir mais, mesmo quando o físico já não estiver presente...

Estarei sempre aqui...  

Publicada por giga